quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Internet na medicina reduz em 50% ida de pacientes para grandes centros
Telemedicina ajuda médicos a terem online segunda opinião sobre casos.Especialista diz que ainda há dificuldade de infraestrutura no Brasil.
Do G1, em Brasília
(Foto: O secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, Francisco Campos
(Ruben Silva/Ministério da Saúde)
Um levantamento do Ministério da Saúde obtido pelo G1 mostra que a troca de informações via internet sobre pacientes entre médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) está reduzindo em pelo menos 50% os deslocamentos de quem está em tratamento entre cidades pequenas e grandes centros.
A telemedicina serve como suporte ao diagnóstico e não permite ao médico dar diagnósticos à distância. Um dermatologista, por exemplo, que tenha dúvidas sobre o estado de um paciente, pode enviar uma foto do caso via e-mail a outro médico, que faz outra análise. Isso evita que o paciente tenha que ir a outro hospital em um grande centro.
A pesquisa, feita pela Universidade Federal de Minas Gerais, mostra também que o custo de atendimento chegou a ser dez vezes menor no estado. Esse custo, segundo o ministério, inclui desde os computadores utilizados no programa até a economia feita com a gasolina não utilizada nos deslocamentos.
“Tem prefeitura em Minas que gasta mais com combustível e deslocamento do que para pagar médicos no local”, afirma Francisco Campos, secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do ministério.
O programa do Ministério da Saúde, chamado de Telessaúde Brasil, está em 728 municípios de somente dez estados (AC, AM, CE, GO, MG, PE, RJ, SP, SC e RS), mas a proposta é expandir aos outros no ano que vem.
Segundo Chao Lung Wen, professor da Universidade de São Paulo da área de telemedicina, um dos problemas para a expansão do sistema é a dificuldade estrutural. “O Brasil tem muitos locais em que precisamos criar bandas de comunicação de alta performance. Mas as coisas não estão paradas. Mesmo os locais com dificuldades estão sendo identificados”, diz.
Ele aponta também que a disseminação da prática passa pelos profissionais. “Além de prover a tecnologia, prover banda, você precisa desenvolver um novo hábito, que não está no dia a dia deles [dos médicos]. É uma estratégia de treinamento contínuo e criação de políticas de apoio”, afirma.
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