segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Temporão admite falha no atendimento a paciente que quer parar de fumar

Diana Brito
colaboração para a Folha Online, no Rio

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admitiu nesta sexta-feira que há falhas no atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde) para quem quer parar de fumar. Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que o país tem 24,6 milhões de fumantes .
"Um dos grandes desafios é ampliar a oferta de tratamento. A pesquisa mostra que mais da metade dos fumantes querem parar de fumar. No entanto, muitas vezes, essas pessoas não encontram espaço terapêutico para isso", afirmou Temporão durante a divulgação da Petab (Pesquisa Especial de Tabagismo), na sede do IBGE, no Rio.
De acordo com o ministro, há esforço do governo federal com secretarias municipais para ampliar o acesso a medicamentos e a tratamentos. "O SUS está se preparando para isso. Precisamos qualificar e aprofundar essa estratégia [de combate ao fumo] cada vez mais", disse.
Além de medicamentos, ele indicou alternativas para tratamento como terapia em grupo e grupos de discussão.
"O hábito de fumar não é um habito. O fumante é um dependente químico de uma droga chamada nicotina. Isso é um reflexo da dificuldade que parte dos fumantes tem de parar de fumar", disse.
Tabaco
Ao analisar a Petab, o ministro afirmou --com base em levantamento da PNSN (Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição) realizada em 1989-- que houve uma queda de 50% no número de fumantes no Brasil nos últimos 20 anos.
"Um dado divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde mostra redução [nos últimos 20 anos] de 20% das mortes de doenças cardiovasculares, já como reflexo de uma queda de 50% da proporção de fumantes. Ou seja, há 15 anos, 34% da população adulta brasileira fumava, e e agora, 17%", afirmou Temporão.
Lei antifumo
O ministro disse também que o governo federal pretende ampliar a lei antifumo, que entrou em vigor recentemente em alguns Estados. Temporão afirmou que na próxima semana o projeto sobre a nova lei será votado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.
"Vai ser impedido por lei fumar em ambientes de trabalho [no país]. Bares e restaurantes também é importante. A questão que o governo defende é que ninguém pode ser exposto à fumaça do outro em um espaço coletivo. Um dado recente do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) indica que sete pessoas por dia no Brasil morrem porque estão sujeitas ao fumo passivo", afirmou o ministro.

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