sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Saúde Mental em Lins: mudança do modelo de atenção

Foto: SMS Lins

Com o objetivo de promover a mudança do modelo de atenção na Saúde Mental, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Lins adotou estratégias para a reintegração à sociedade de pessoas com transtornos mentais. A iniciativa é preconizada pelo SUS e pelo Ministério da Saúde, seguindo os preceitos da Reforma Psiquiátrica e, em Lins, colhe bons resultados.
Antes, o modelo era centrado na referência hospitalar e hoje é um modelo de atenção diversificada, de base territorial comunitária, com contínua expansão e consolidação da rede de atenção extra-hospitalar.
Histórico
Em Lins, até 1992, o atendimento em Saúde Mental era feito exclusivamente em hospitais psiquiátricos. Depois, foi criado o Ambulatório de Saúde Mental, sem cadastramento oficial, que funcionava anexo ao Ambulatório de Especialidades. Nesta época, havia três hospitais psiquiátricos na região. A SMS implantou, em 2003, a Divisão de Saúde Mental e o Centro de Atenção Psicossocial I (CAPS I), para a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos. Foram implantados, ainda, um CAPS AD, para usuários dependentes de álcool e outras drogas e um CAPS i, para atendimento a crianças e adolescentes com sofrimento psíquico.
A Saúde Mental em Lins também conta com um CAPS III, que funciona 24 horas, em parceria com o Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS) Clemente Ferreira, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP). Os hospitais psiquiátricos da região foram fechados. Com a redução dos leitos, além da criação dos equipamentos substitutivos citados anteriormente, foram criadas três Residências Terapêuticas, que beneficiam usuários em alta hospitalar sem suporte familiar. Como apoio, foi criada a “Associação Arthur Bispo do Rosário”, entidade filantrópica. Os usuários também participam de oficinas de capacitação profissional.
Resultados
Para Carlos César Escudeiro, terapeuta ocupacional da SMS Lins, os resultados são muito positivos. “A iniciativa da SMS, a parceria com a SES/SP e também com o setor privado, fez com que os pacientes fossem tratados com mais dignidade e respeito, sendo reintegrados à sociedade. Usuários dependentes de álcool e drogas também são tratados adequadamente e não em hospitais, prática que não trazia benefício”, explica.
“Com a implantação da Rede de Atenção de Saúde Mental na região de Lins, conseguimos reduzir drasticamente as internações hospitalares e implantar políticas públicas de caráter comunitário, respeitando a lógica territorial e as diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde e pelo SUS”, afirma Escudeiro.
Prêmio
Em relação ao Prêmio David Capistrano, Escudeiro diz que ficou surpreso. “Sabíamos que o nosso trabalho era importante, mas ficamos surpresos com o Prêmio. Foi muito gratificante, é um reconhecimento muito valioso”, completa.

Um comentário:

Anônimo disse...

necessario verificar:)