sábado, 18 de abril de 2009

Editorial

As novas gestões municipais iniciaram-se sob o signo de uma enorme crise do capitalismo. Se já éramos campeões em má distribuição de rendas, a desigualdade que vinha caindo, voltou a subir. Some-se a isto o crescente desemprego e, ao final da equação, teremos deterioração da qualidade de vida e da saúde das pessoas.
Os governos locais têm sido os mais afetados, com perdas neste ano de até 40% da sua arrecadação. Se é nas cidades que a vida acontece, ampliam-se as responsabilidades dos prefeitos, vereadores e gestores de políticas públicas para aprimorar os instrumentos de gestão, de contenção de custos e desperdícios; mas também de fazer política “para cima”: não obstante sejamos os executores, as fontes de financiamento principais estão no governo federal e estadual. Faz-se necessário discutir o pacto federativo e partilha fiscal, ampliando na mesma proporção das responsabilidades, o dinheiro para executá-las. Este é um desafio posto.
Se a Saúde tem potencial para alavancar o crescimento econômico pela capacidade de gerar emprego, incorporar novas tecnologias e investimentos em obras, tem-se o risco concreto de piora no financiamento, pois, nestes tempos bicudos, há muito mais dinheiro para recuperar bancos e montadoras de automóveis que para salvar vidas. O corte no orçamento federal demonstra isso. Não obstante a sensibilidade do governo para as áreas sociais, a Saúde, com um corte de “apenas” 1,4% , já terá 660 milhões de reais a menos no ano.
Ao COSEMS/SP e à sua nova diretoria também estão postos os desafios. Ao lado de continuarmos a busca incessante de diálogo com o governo estadual e federal, cabe-nos coordenar o conjunto de Secretários Municipais para, solidariamente, construirmos os pactos pela saúde e pela vida em nossos municípios. Cabe-nos juntar os esforços dos municípios para continuar exigindo da Secretaria Estadual a ampliação do financiamento para a atenção básica, para a assistência farmacêutica, saúde mental e outros. Continuar exigindo maior estruturação das DRS para garantir a consolidação da regionalização, do plano diretor de investimentos e de apoio técnico aos municípios.
O nosso recém encerrado Congresso e a forma como foram escolhidos os nomes da atual diretoria serão elementos estratégicos para o nosso sucesso.
As mesas e cursos permitiram reflexões para se construir agendas de consolidação do SUS. Temas estratégicos como a regulação do trabalho em saúde e da formação de profissionais considerando as especificidades regionais; das insuficiências legais nas relações interfederativas; das novas formas de gestão como as Fundações Públicas de Direito Privado; da humanização da assistência e das insuficiências da atenção básica ainda hoje no Estado de São Paulo, apontam caminhos complexos e difíceis de serem trilhados, mas que devem ser abertos se quisermos um SUS como manda a Constituição Cidadã.
A nova diretoria, composta não só pela sua executiva e vogais, mas por todos os representantes regionais, tem potencial para enfrentar tais e tamanhos desafios. O seu processo de escolha, com o consenso em torno dos nomes, a sua pluralidade de representação política, das regiões do Estado e do tamanho dos municípios, são elementos da sua fortaleza e da sua capacidade de negociação em torno de temas de tamanha envergadura para a construção de um SUS cada vez mais includente, humanizado e de qualidade.

Cursos e Conversas

Neste ano, foram realizados os seguintes Cursos durante o Congresso: O SUS para novos Secretários de Saúde; Assistência Farmacêutica; Controle Social e Gestão Participativa; Regulação da Atenção à Saúde; Gestão do Fundo e Critérios de Repasse do Recurso Federal nos Cinco Blocos; Vigilância em Saúde; Atenção Básica; Determinantes Sociais e Promoção da Saúde no Município; Planejamento e Gestão: Elaboração do Plano Municipal, da Programação Anual e do Relatório de Gestão; Educação Permanente e Contratualização de Serviços de Saúde.
Foram realizadas ainda doze Rodas de Conversa: Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF); Saúde Mental e Superação do Manicômio; Saúde Bucal; Saúde do Trabalhador; Redes de Atenção; Judicialização; Urgência e Emergência; Humanização do Cuidado; Práticas Integrativas; Cultura da Paz e Políticas Públicas para a Superação da Violência; Saúde e Envelhecimento e Fixação do Médico no SUS.
Durante todo o evento, ficaram expostos os pôsteres da I Mostra de Experiências Regionais e da I Mostra Macro Regional de Experiências Municipais da Região Metropolitana de São Paulo.

“O Congresso está sendo de grande valia, pois muitas experiências podem ser trocadas. Achei interessante a proposta das visitas. Eu fui conhecer o Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso”.
Breno Volpiani Bossi
Diretor Municipal de Saúde de Montemor

“Esta é a primeira vez que participo do Congresso e gostei muito do curso Atenção Básica”.
Cristiane de Melo
Enfermeira da SMS Guararema

“Fiz os cursos de Controle Social e de Planejamento e Gestão e achei muito bons. Por mais que já tenhamos conhecimentos, sempre é possível aprender mais um pouco”.
Maria das Graças de Souza
Secretária Adjunta da SMS Embu

“Eu sempre participo do Congresso, que é um espaço efetivo de troca de experiências, solidárias e afetivas, com os colegas que trabalham com saúde pública. Nesta edição, destaco a discussão da Regionalização Solidária e do desenvolvimento dos Colegiados de Gestão Regionais”.
Márcio Travaglini Carvalho
Médico e apoiador do COSEMS/SP

“A Roda de Urgência e Emergência teve uma participação bem variada, entre técnicos e gestores, e este é um assunto que precisa estar sempre em pauta. As discussões mostraram que estamos no caminho certo de Redes de Atenção à Saúde, precisamos continuar debatendo a necessidade de ampliar os investimentos em educação permanente em urgência”.
Helvécio Miranda Magalhães Júnior
Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (MG)

Regionalização, Atenção Básica e Modelo de Gestão do SUS foram temas de destaque no XXIII Congresso

Três mesas denominadas Grandes Conversas aconteceram durante o XXIII Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo. No dia 25, a mesa foi coordenada pelo então diretor do COSEMS/SP Paulo Fernando Capucci, com o tema foi “Regionalização na consolidação do SUS”. Os palestrantes foram Áurea Maria Zöllner Ianni, pesquisadora científica do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (IS-SES/SP) e docente do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Sílvio Fernandes da Silva, assessor técnico do CONASEMS e Lumena Almeida Castro Furtado, Secretária Adjunta da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Bernardo do Campo. O debatedor foi o então presidente da entidade, Jorge Harada.
Atenção Básica foi o tema da Grande Conversa do dia 26, que teve a coordenação de Maria do Carmo Cabral Carpintéro, SMS de Amparo e membro da diretoria do COSEMS/SP. O debate foi mediado por Helvécio Miranda Magalhães Júnior, Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (MG) e contou com as palestras de Claunara Schilling Mendonça, diretora do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (MS), Marta Campagnoni Andrade, coordenadora da Atenção Básica da SES/SP e Aparecida Linhares Pimenta, Secretária Adjunta da SMS de Diadema e membro da diretoria do COSEMS/SP.
Com a coordenação de Roberto Mardem Soares Farias, SMS de Sumaré, a Grande Conversa do dia 27 teve como tema “Modelo de Gestão no SUS” e contou com as presenças de Adail de Almeida Rollo, diretor de articulação de Redes de Atenção da Secretaria de Atenção à Saúde do MS, Ademar Arthur Chioro dos Reis, SMS de São Bernardo do Campo e Lenir Santos, consultora jurídica do CONASEMS e do COSEMS/SP.
No dia 26, o Café com Ideias apresentou o tema “Município Mundo”, com debates de Paulo Fernando Capucci e Jorge Kayano, médico sanitarista do IS-SES/SP e pesquisador do Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais (Polis).
No dia 27, antes da Assembleia Ordinária do COSEMS/SP, foi formada a mesa de encerramento do evento, com as presenças de Jorge Harada, Aparecida Linhares Pimenta, Maria do Carmo Cabral Carpintéro, José Enio Servilha Duarte, secretário executivo do CONASEMS e de Carlos Chnaiderman, SMS de Guarulhos.
O anfitrião cumprimentou a todos e agradeceu a presença no evento. Jorge Harada recebeu homenagem, na despedida do cargo de presidente do COSEMS/SP.

XXIII Congresso acolhe novos Secretários Municipais de Saúde e discute o protagonismo dos municípios

Evento reuniu cerca de 1200 participantes em Guarulhos. Nova diretoria foi eleita.

O XXIII Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo aconteceu em Guarulhos, de 24 a 27 de março, realizado pelo COSEMS/SP e pela Prefeitura Municipal de Guarulhos. O tema desta edição foi “Regionalização Solidária e Pacto pela Saúde: o protagonismo dos municípios”. O evento contou com cerca de 1.200 participantes.
Na noite do dia 24, aconteceu a solenidade de abertura, seguida de coquetel. Na mesa, destaque para as presenças de Sebastião Almeida, prefeito de Guarulhos, Nilson Ferraz Paschoa, Secretário Adjunto da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP), Jorge Harada, então presidente do COSEMS/SP, Carlos Chnaiderman, Secretário Municipal de Saúde de Guarulhos, Janete Pietá, deputada federal, Adriano Diogo, deputado estadual, Antonio Carlos Figueiredo Nardi, presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), Tereza Pinho de Almeida Tashiro, Secretária Adjunta da Secretaria Municipal de Saúde de Guarulhos e Denise Oliveira Reis, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Guarulhos.
Jorge Harada agradeceu a presença de todos, destacou os 21 anos do SUS e os novos Secretários Municipais de Saúde. “Este Congresso também será de acolhimento para os gestores que estão assumindo agora. Precisamos trabalhar para que o SUS não seja uma política de governo, uma política partidária, mas sim uma política de Estado. Devemos fortalecer e construir o SUS na perspectiva do Pacto pela Saúde, com participação efetiva dos entes federados. Tivemos avanços nos últimos anos, mas ainda temos muito que fazer e o papel do COSEMS/SP é de fundamental importância”. Ao fim de seu pronunciamento, o então presidente da entidade agradeceu o apoio recebido por diretores, trabalhadores, assessores e apoiadores do COSEMS/SP na construção do SUS no Estado de São Paulo.
Assembleia
No dia 27, foi realizada a Assembleia Ordinária do COSEMS/SP. Jorge Harada fez um balanço de sua gestão como presidente da entidade, destacando os pontos positivos e os avanços, como a implantação da Programação Pactuada Integrada (PPI) e dos Colegiados de Gestão Regionais (CGR) nas 66 regiões de Saúde do Estado, o fortalecimento do COSEMS/SP, com a realização do Congresso festivo em Bauru, em 2008 e as publicações impressas, entre outras questões. Em seguida, houve a prestação de contas da entidade, que foram aprovadas.
Após a prestação de contas os presentes elaboraram a Carta de Guarulhos, documento político do COSEMS/SP.
Eleições
Os municípios de Campinas e São Paulo se candidataram para receberem o XXIV Congresso de Secretários Municipais de Saúde, no ano que vem. Os Secretários Municipais de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva e Januario Montone, apresentaram seus municípios e houve votação. Campinas foi escolhida como sede do próximo Congresso.
Houve consenso na escolha dos membros para compor a diretoria do COSEMS/SP, inclusive com muitos nomes indicados pelos CGR. Após a formação da chapa única, os novos membros foram eleitos por aclamação, para os próximos dois anos de mandato. Maria do Carmo Cabral Carpintéro (SMS Amparo) é a nova presidente da entidade, que tem como 1º vice-presidente José Carlos Ramos de Oliveira (SMS Mogi das Cruzes) e como 2º vice-presidente Odílio Rodrigues Filho (SMS Santos). Veja os demais eleitos no expediente, na página 2.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Breve retrospectiva

Estamos chegando ao final desta gestão no COSEMS/SP. Cabe enfatizar que os resultados atingidos, nesse período, são consequência do trabalho realizado de forma coletiva e não somente por esta gestão, mas também pelas diretorias anteriores.
No início desta gestão, realizamos o planejamento estratégico com a participação de membros da diretoria, representantes regionais, técnicos e convidados. Esta atividade foi de fundamental importância para traçarmos as principais diretrizes, prioridades, estratégias, ações e encaminhamentos para realizarmos as pactuações com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP), através da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), a fim de implantar o Pacto pela Saúde no estado.
Entre as principais ações realizadas nesse período, podemos destacar:

- O processo de regionalização desencadeado no estado, com a implantação de 66 regiões de saúde com os respectivos Colegiados de Gestão Regionais (CGR), permitindo um maior protagonismo e participação dos gestores municipais na construção de um Sistema de Saúde descentralizado de forma pactuada, numa perspectiva de planejamento e execução em nível regional. Entretanto, podemos observar que ainda existe uma heterogeneidade entre os CGRs, tendo como desafios a participação efetiva de todos os gestores, seja do nível municipal como do nível estadual, e a permanente qualificação de todos os participantes destes CGRs para que eles aumentem a sua capacidade técnica e participação política no Sistema;
- A homologação de 643 Termos de Compromissos de Gestão Municipais e do Termo de Compromisso de Gestão Estadual na Comissão Intergestores Tripartite, demonstrando que o estado de São Paulo está implantando, com a participação efetiva dos municípios, o Pacto pela Saúde. Fica a tarefa de realizarmos as revisões, as devidas adequações e atualizações destes respectivos Termos;
- A aprovação da Programação Pactuada Integrada (PPI), após um grande processo de debate, em nível regional e da CIB, demonstrou o grau de amadurecimento, profissionalismo e solidariedade por parte de todos os atores em busca da garantia de maior acesso, integralidade, resolubilidade e equidade no SUS, numa lógica que atenda mais às necessidades da população e não somente da oferta de mercado e dos prestadores. Entretanto, para que a PPI possa ser colocada, efetivamente, em prática, é preciso implantar o Complexo Regulador no estado, com a maior urgência, através de uma Política de Regulação e, sobretudo, definir o Plano Diretor de Investimentos com a participação e financiamento das três esferas de gestão do SUS.
Associado a todo este processo, não deixamos de pautar as questões imprescindíveis relacionadas ao financiamento, à assistência farmacêutica, aos insumos de diabetes, à gestão do trabalho, à educação permanente, à vigilância em saúde, à atenção básica, às redes de alta complexidade, ao controle e participação social, entre tantos outros temas discutidos, pactuados e a pactuar.
Temos convicção de que, apesar de todas estas ações realizadas, ainda há muito que se fazer para que tenhamos o SUS que acreditamos e queremos para as nossas regiões e todo o país. E para que isto ocorra, faz-se necessário que continuemos com o processo de fortalecimento de nossa entidade, de forma solidária, responsável, unida e com maturidade, para que possamos atender às necessidades não só dos gestores e trabalhadores da saúde, mas de toda a população.
Finalmente, gostaríamos de agradecer a todos os gestores, técnicos, pessoal administrativo, consultores, apoiadores que participaram da construção de todo esse processo árduo e complexo. Como dissemos, esse é um processo que só é possível de ser construído de forma coletiva, solidária e, seguramente, isto vem ocorrendo graças à participação efetiva de cada um de vocês! Muito obrigado a todos!

Balanço da gestão


Jorge Harada, médico pediatra e presidente do COSEMS/SP



Jornal do COSEMS/SP: Jorge Harada, qual sua avaliação da gestão (2007/2009) da atual diretoria do COSEMS/SP que termina agora?

Jorge Harada: O saldo é bastante positivo, pois conseguimos firmar vários compromissos discutidos quando fizemos o planejamento estratégico, no início dessa gestão. Os resultados foram alcançados por conta de uma construção coletiva, com participação ativa dos membros da diretoria e do Conselho de Representantes Regionais (CRR) do COSEMS/SP. A estratégia dos apoiadores, que implantamos aqui em São Paulo, foi de fundamental importância, pois conseguimos capilarizar ações para a construção do Pacto pela Saúde e do SUS em nosso estado. Conseguimos elaborar uma agenda, uma série de compromissos, com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP), e isso foi de fundamental importância.

Jornal do COSEMS/SP: A que você credita a maior aproximação com a SES/SP que houve em sua gestão?

Jorge Harada: A maior aproximação do COSEMS/SP com a SES/SP aconteceu por uma série de conjunturas, como os atores que estão trabalhando na SES/SP no momento. Se não tivesse ocorrido essa aproximação, essa co-gestão, não teríamos conseguido avançar como avançamos. E eu acredito que essa aproximação tenha continuidade. Tanto COSEMS/SP quanto SES/SP têm responsabilidades e, claro, há divergências, não no que diz respeito ao que fazer, mas ao como fazer.

Jornal do COSEMS/SP: Liste os principais pontos de sua gestão.

Jorge Harada: Conseguimos desenvolver positivamente a questão da regionalização, com maior participação dos gestores e a implantação das 66 regiões de saúde. Os Colegiados de Gestão Regionais (CGR), implantados nas regiões, estão sendo de fundamental importância. Os CGR são capazes de identificar não só as questões de maior estrangulamento, mas também as qualidades do território e, assim, é possível construir o SUS na realidade das regiões. Podemos trabalhar regionalmente questões fundamentais do SUS, como incremento de financiamento, Atenção Básica, Assistência Farmacêutica, Gestão do Trabalho, Educação Permanente, Vigilância em Saúde, Promoção da Saúde e também as Redes de Atenção à Saúde, Gestão e Linhas de Cuidado. Os CGR têm uma responsabilidade muito grande e ascendente em nossa agenda. É importante que os CGR sejam um espaço de militância, de trabalho político, considerando o SUS como política pública, de inclusão social. É preciso fortalecer o movimento sanitário para que haja contribuição não só na saúde, mas na consolidação do processo democrático no país.
Outro ponto importante que conseguimos viabilizar foi a concretização da Programação Pactuada Integrada (PPI) no estado. Por mais que ainda seja preciso aperfeiçoar, sem dúvida conseguimos avançar, pois trabalhamos na perspectiva de atender às necessidades da população, como o aumento do acesso, a integralidade e a busca da equidade.

Jornal do COSEMS/SP: E o que mudou para o COSEMS/SP enquanto entidade?

Jorge Harada: Há um processo de fortalecimento de nossa entidade, não só fruto dessa gestão, mas das que nos antecederam também. Este fortalecimento é a efetiva representação dos tão diferentes municípios, para construirmos o SUS com justiça social. Essa gestão deu continuidade ao processo que faz com que os municípios sejam atores na construção do SUS. O CRR conta hoje com 64 membros, um aumento muito grande, já que antes eram 24. Com isso, há maior protagonismo e responsabilidades do gestor municipal, e isso é fundamental. O total apoio da diretoria, dos membros do CRR, dos apoiadores, dos funcionários do setor administrativo do COSEMS/SP, dos técnicos dos municípios que participam dos Grupos Técnicos Bipartite, tem feito a diferença e, com isso, conseguimos ações mais organizadas. A agenda com a SES/SP e o apoio do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) e do Ministério da Saúde também são fundamentais.

Jornal do COSEMS/SP: Haverá eleições durante o XXIII Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, em Guarulhos. Como está sendo o processo de transição?

Jorge Harada: Estamos fazendo a transição de forma transparente e democrática, continuando na mesma linha de representatividade na diretoria, no que diz respeito à representação regional, partidária e econômica e ao porte de municípios. Acredito que será uma transição tranquila, para que não haja divisão. O nosso objetivo é manter a entidade coesa, garantindo a união dos gestores e o fortalecimento do COSEMS/SP para que possamos construir de forma solidária, atendendo às necessidades do movimento municipalista.

SES/SP promove oficina de acolhimento aos novos gestores da Saúde


A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP), com o apoio do COSEMS/SP, promoveu no último dia 18 de fevereiro a Oficina de Recepção dos Novos Gestores Municipais. Com presença de prefeitos e Secretários Municipais de Saúde de todo o estado, o evento abrigou palestras que abordaram temas importantes como Avanços e Desafios do SUS, Regionalização, Pacto de Gestão e Financiamento. Na ocasião, a SES/SP lançou a Agenda do Gestor.
Renílson Rehem de Souza, Secretário Adjunto de Saúde do Estado de São Paulo e Jorge Harada, presidente do COSEMS/SP, abriram o evento, destacando a importância da iniciativa e o grande número de pessoas presentes.
A primeira mesa teve como tema “O SUS como Direito – Marcos históricos, avanços e desafios – Gestão e Financiamento” e contou com as participações de José Carlos Seixas, assessor de gabinete da SES/SP e Aparecida Linhares Pimenta, 1ª vice-presidente do COSEMS/SP. A seguir, o tema Regionalização foi discutido. Renílson Rehem de Souza e Jorge Harada participaram da mesa que teve como tema “O fortalecimento das regiões de Saúde: Plano Estadual de Saúde, Pacto de Gestão, Regionalização, Colegiado de Gestão Regional, Atenção Básica e Rede de Atenção à Saúde”.
A seguir, houve o lançamento oficial da Agenda do Gestor. Compuseram a mesa José Serra, Governador do Estado de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Renílson Rehem de Souza, Jorge Harada e Januario Montone, Secretário Municipal de Saúde de São Paulo.
Renílson Rehem de Souza fez um discurso de despedida do cargo de Secretário Adjunto. “Estou me despedindo e agradeço a colaboração de todos e a parceria com o COSEMS/SP, aqui representado pelo Jorge Harada. Espero ter contribuído com o SUS de São Paulo e, como nordestino, fico a vontade para dizer que para onde o SUS de São Paulo for, vai levar o SUS do Brasil”.
Em seguida o Governador de São Paulo proferiu seu discurso, agradecendo a participação de todos e a contribuição dada pelo Secretário Adjunto. José Serra destacou o trabalho dos envolvidos na elaboração da Agenda do Gestor. Serra anunciou um programa de investimento para que os municípios possam reformar e reequipar seus postos de saúde e unidades do Programa de Saúde da Família. Inicialmente, os beneficiados serão municípios com menos de 50 mil habitantes, que receberão, a partir de abril, R$ 13, 4 milhões extras, de acordo com a população. Municípios com até 9,9 mil habitantes receberão R$ 15 mil, os que tiverem entre 10 e 19,9 mil receberão R$ 25 mil e os com população entre 20 mil e 49,9 mil habitantes receberão R$ 50 mil.
Os recursos poderão ser utilizados para a realização de reparos de infra-estrutura predial, pintura, reforço nas redes elétrica e hidráulica, além da aquisição de equipamentos médicos, mobiliário e outros materiais considerados necessários para aprimorar o atendimento aos usuários do SUS.
Na parte da tarde o evento continuou com as presenças de Marta Campagnoni, coordenadora da Atenção Básica da SES/SP e de Maria do Carmo Cabral Carpintéro, 2ª vice-presidente do COSEMS/SP, na mesa “Apresentação da Agenda do Gestor e Proposta Bipartite de Apoio Permanente aos Gestores Municipais”.
Luiz Maria Ramos Filho, coordenador da Coordenadoria de Regiões de Saúde da SES/SP, proferiu a palestra “Linhas de crédito e programas de auxílio a municípios e hospitais filantrópicos”.
O evento terminou com a apresentação de Victor Matsudo, que falou do Programa Agita São Paulo da SES/SP.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Eleições no COSEMS/SP

O COSEMS/SP, em sua história, tem demonstrado como é possível unir os municípios na defesa de seus interesses na saúde em meio à imensa diversidade que esse universo contém.
Universo que se compõe de gestores afiliados a diferentes partidos e a partido algum, com diferentes experiências na gestão que variam de pequenos e pouco populosos municípios a megalópoles integrantes de regiões metropolitanas com milhões de habitantes, e que se encontram em situações geográficas que contrastam tanto em distância entre si quanto em posição estratégica no mapa do estado.
Tamanha diversidade acaba por se identificar na defesa dos interesses dos sistemas locais de saúde, agora fortalecidos pela possibilidade de uma agenda regional trazida pela implantação bipartite dos Colegiados de Gestão Regionais.
Todo esse esforço de unidade na diversidade tem se refletido nas 14 diretorias que exerceram a representação dos Secretários Municipais de Saúde na construção do COSEMS/SP.
No XXIII Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, que acontece entre os dias 24 e 27 de março, em Guarulhos, teremos eleições para renovação dos 22 cargos de direção, assim como já ocorreu com a indicação dos 64 novos conselheiros representantes regionais, por ocasião da oficina de acolhimento aos novos gestores da saúde. O debate constante tem sido a ferramenta que articula nossos diversos interesses e consolida a agenda de decisões bipartite, fortalecendo os municípios em sua missão de construção do SUS no estado de São Paulo.
Que este debate permanente se intensifique no processo eleitoral e promova a convergência de todos os interesses para uma pauta unificada de um programa de trabalho para o COSEMS/SP no biênio 2009/2010.
Que este debate continue sendo a ferramenta de fortalecimento dos sistemas locais e regionais de saúde, de seus gestores, dos municípios e do COSEMS/SP.
Que o exemplo republicano de unidade na diversidade continue fazendo do COSEMS/SP um exemplo para a construção do SUS como política pública inclusiva, participativa e garantidora dos direitos da população brasileira no estado de São Paulo.

Diretoria do COSEMS/SP