terça-feira, 25 de outubro de 2011

Jornal do COSEMS/SP - edição de outubro - Estado e municípios de São Paulo planejam estratégias para o combate à dengue


Só neste ano foram registradas 44 mortes por causa da dengue. A SES-SP aponta 283 Municípios com alto risco de transmissão

Com o intuito de evitar o avanço da dengue no Estado de São Paulo no próximo verão, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) apresentou na segunda-feira, dia 03 de outubro, no auditório da Faculdade de Medicina da USP, o Plano Estadual de Intensificação das Ações de Vigilância e Controle da Dengue, para o período de 2011 e 2012. O evento contou com presença do Governador Geraldo Alckmin; do Secretário de Estado da Saúde Giovanni Guido Cerri; Arthur Chioro, Presidente do COSEMS/ SP, Prefeitos, Secretários Municipais e outros.

De janeiro a agosto deste ano, os Municípios paulistas informaram à SES-SP, através do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), mais de 81 mil casos autóctones, com transmissão dentro do Estado. Em 2010, no mesmo período, a SES-SP recebeu cerca de 190 mil notificações.

A região mais afetada é Ribeirão Preto, que constatou 15.743 casos, aproximadamente 20% do Estado. O Plano visa preparar todo o Estado para o enfrentamento de uma provável epidemia com a ampliação do monitoramento da circulação viral, assim como prevê o trabalho de “Treinamento Express”, com equipes Estaduais de 67 Municípios considerados prioritários.

Os treinamentos serão realizados nos próprios serviços de saúde, com duração de 15 minutos. “É preciso despertar na sociedade o senso de responsabilidade, independentemente da classe social. A dengue não tem preferência por classe”, alerta Chioro. Outra iniciativa do plano será o desenvolvimento de ‘hospitais de campanha’, que oferecerão tratamento especializado. A SES-SP aponta 283 Municípios com alto risco de transmissão da doença. Só neste ano, 44 pessoas morreram por causa de dengue. Em 2010, foram registradas 138 mortes.

Serão realizadas cinco oficinas macrorregionais para Municípios prioritários e regiões Metropolitanas da Grande São Paulo, Baixada Santista e Campinas, com duração de três dias. “O esforço deve acontecer nas três esferas de Governo. União, Estado e Municípios”, explica o Presidente do COSEMS/SP.

Para o Secretário de Estado, a participação ativa da população é fundamental para o sucesso do plano. “Estamos promovendo uma grande mobilização no sentido de alertar os Municípios sobre a importância de adotarem ações efetivas para evitarem a disseminação da dengue no Estado”, declara Guido.

No evento, foi apresentada a ‘Carta Compromisso’, assinada entre Estado e Municípios. Confira abaixo o documento na íntegra.

Estado e Municípios Unindo Forças Contra a Dengue

O Estado de São Paulo se prepara para o enfrentamento de uma provável epidemia de dengue com a introdução do dengue 4, o que aumenta o risco da ocorrência de casos graves. Medidas de promoção, proteção e prevenção são de responsabilidade dos órgãos públicos em todas as esferas de Governo em parceria com a sociedade civil e precisam pautar nossas atividades para minimizar o impacto de uma possível epidemia.

Não ter mortes no Estado ou reduzi-las é tarefa e compromisso de todos nós. É nosso dever como gestores envolver e qualificar todas as instâncias nesse enfrentamento, prover financiamento para as atividades necessárias e aperfeiçoar os mecanismos de detecção e atenção precoce à doença.

Estado e municípios, em cumprimento de suas atribuições, vêm a público enfatizar a necessidade de intensificação das ações programáticas nos próximos meses a fim de proteger a população paulista e se comprometem a:

1- Fazer cumprir os objetivos do Plano de Intensificação das Ações de Vigilância e Controle da Dengue SES-SP 2011-2012 em todos os seus eixos, avaliar e atualizar os Planos Municipais de Contingência, intensificando as ações para o enfrentamento da dengue com ênfase na:
- Intensificação das ações de controle da dengue por meio da integração entre a vigilância epidemiológica, laboratório, controle de vetor, vigilância sanitária, mobilização social, assistência e área administrativa financeira;
- Promoção da intersetorialidade envolvendo secretarias municipais e estadual de educação, obras, saneamento básico, infraestrutura urbana, bem estar social, cultura, meio ambiente, empresas de saneamento e abastecimento de água, dentre outras;
- Maior envolvimento da sociedade civil nas ações de prevenção e combate à dengue;
- Desenvolvimento e acompanhamento contínuo das ações intermunicipais;
- Acesso e divulgação das ações de forma articulada e sistemática pelos gestores;
- Agilidade na identificação do início da transmissão da dengue, garantindo a realização de exames laboratoriais específicos;
- Manutenção das equipes de profissionais da saúde capacitadas para realizar classificação de risco do paciente suspeito de dengue;
- Implementação do Protocolo de Manejo Clínico com prioridade de atendimento segundo classificação de risco nos serviços de saúde públicos
e privados;
- Realização das atividades de controle vetorial, de acordo com os parâmetros das diretrizes estaduais.

2- Garantir às pessoas acometidas o acesso integral na Atenção básica, média e alta complexidade, em consonância com as diretrizes do Programa de Vigilância e Controle da Dengue da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.



Crédito da foto para Paulo Cesar Alexandrowitsch - SES - GS

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